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Coronavírus: soluções que evitam o cancelamento de eventos. E duas mãos de bons conselhos

Written by AP | PORTUGAL | 3/mar/2020 10:17:58

O imparável ciclo de notícias sobre o surto de coronavírus tem tornado difícil entender onde termina o conceito de epidemia e começa o de "infodemia". O que torna mais difícil discernir entre o que é importante e acessório, levando a decisões que são, por vezes, precipitadas e desnecessárias.

No que diz respeito ao universo da tradução e interpretação, existem soluções práticas e válidas para enfrentar os constrangimentos provocados pelo surto de coronavírus, como é exemplo o cancelamento de viagens aéreas e congressos, impedindo que palestrantes e participantes possam acorrer aos locais dos eventos, sejam reuniões de trabalho ou congressos das mais variadas dimensões.

As soluções existem, são válidas e podem afastar do horizonte o cancelamento como a única solução.

Tudo pode continuar como previsto com soluções de eficácia comprovada:

O nosso conselho: não cancele, adapte-se com rapidez recorrendo a serviços que manterão em pé o evento em cuja organização colocou todo o esforço e cuidado.

Estas, aliás, não são soluções de agora, há muito que são respostas para que o seu evento, multilingue ou não, possa chegar a todos os recantos do mundo.

 

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O live streaming do evento, bem como as videoconferências, fazem parte dos serviços complementares disponibilizados na área da organização de eventos, sejam ou não multilingues. Um "upgrade" que mereceu passado diversas abordagens neste mesmo blog.

Graças a este leque de opções e ao virtual conference interpreting é igualmente possível continuar a contar com o essencial papel dos intérpretes, no caso de eventos multilingues, ao mesmo tempo que as palavras e imagens do seu evento chegam a todos os cantos do mundo, onde esteja um palestrante ou participante, no mesmo momento.

Na prática, o palestrante que ficou sem viagem aérea de Milão para o Porto ou Lisboa continuará a ser ouvido pelos participantes, muitos deles também retidos em outros locais.

Menos medo, mais informação

As soluções técnicas disponíveis, não devem, contudo, ser um convite para o relaxamento perante um surto que exige um cuidado redobrado no que se refere à higiene. Nesse sentido, recomendamos que assista com atenção a este vídeo da Direção Geral de Saúde.

 

Números sobre o surto de coronavírus

O surto atual de coronavírus foi detetado em meados de dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan que, por sinal, tem o mesmo número de habitantes que Portugal inteiro (pouco mais de 10 milhões). A esmagadora maioria dos casos identificados a nível mundial, cerca de 97 por cento, ocorreram na China.

Ora, considerando que a esmagadora maioria de casos reportados na China ocorreram nessa cidade, podemos concluir que a incidência da doença na própria cidade epicentro do surto é inferior a 1%. Para ser mais preciso, 0.7%.

Se, outro lado, considerarmos a população total da China, que a 26 de Fevereiro de 2019 era de 1 437 mil milhões de habitantes, então menos de 0.01% da população chinesa está infectada com coronavírus. Isto nos primeiros três meses de surto.

Se considerarmos a população total da China, então menos de 0.01% da população chinesa está infectada

Quanto às mortes causadas pela infecção, destaca-se que na faixa etária mais vulnerável da população, ou seja, pessoas com idade superior a 80 anos, a taxa de mortalidade foi de 14.8%.

O que tudo isto significa? Que alguém de 85 anos, que resida em Wuhan, tem uma probabilidade de 0.7% de contrair a doença e uma probabilidade de 14.8% de morrer se a contrair. Ou seja, um velhinho de 85 anos em Wuhan tem uma probabilidade global de 0.1% de morrer da doença.

Nas restantes faixas etárias, a taxa de mortalidade é ainda mais reduzida. Veja-se este exemplo para pessoas com idades compreendidas entre os 30 e os 39 anos de idade: a taxa de mortalidade é de 0.2%.

Mais do que incutir o "fearmongering", ou seja, o culto do medo; mais do que deixarmos crescer a infodemia, talvez faça mais sentido garantir que todos percebem quais as medidas a tomar para limitar a transmissão do vírus.

Ou seja, voltamos ao mesmo raciocínio. Uma jovem de 35 anos a residir em Wuhan tem uma probabilidade de 0.7% de vir a ser infetado com coronavírus. E se se infectar, uma probabilidade de 0.2% de morrer . Isto é, uma probabilidade global de morrer de 0.001%.

Atenção, estes cálculos foram feitos com base no "worst case scenario", ou seja, tendo em conta a incidência da doença na cidade-epicentro do surto, Wuhan. Se fizermos as contas, por exemplo, em relação a Itália, país com mais de 60 milhões de habitantes, concluímos que a probabilidade de um cidadão italiano morrer na sequência da infecção por coronavírus é, atualmente, infinitesimal.

O que queremos dizer com estes números? Que não há razão para este tipo de alarmismos. A ameaça da nova estirpe de coronavírus é real, mas não chega para ser necessário preparar um cenário pós-apocalíptico.

Mais do que incutir o "fearmongering", ou seja, o culto do medo; mais do que deixarmos crescer a infodemia, talvez faça mais sentido garantir que todos percebem quais as medidas a tomar para limitar a transmissão do vírus.

E essas medidas são:

  • Evitar contactar pessoas com sintomas como tosse ou falta de ar, bem como pessoas com febre;
  • Evitar tocar diretamente nos olhos, nariz e boca;
  • Tossir e espirrar sempre para um lenço de papel e deitá-lo no lixo logo de seguida;
  • Se não tiver um lenço de papel, tossir ou espirrar para o antebraço e nunca para as mãos ou muito menos para o ar;
  • Lavar as mãos com água e sabão depois de ir ao WC, tossir ou espirrar, antes de comer e, se possível, antes de tocar no nariz, olhos ou boca;
  • Ao lavar as mãos, tenha atenção ao espaço entre os dedos e debaixo das unhas e nunca demorar menos de 20 segundos;
  • Se não tiver água ou sabão disponível, utilizar uma solução alcoólica com pelo menos 60% de álcool;
  • Lavar e desinfetar bem estruturas como maçanetas de portas e outras superfícies nas quais se toque com frequência;
  • Se estiver assintomático, não precisa de utilizar máscara.

Fonte: Center of Diseases Control [CDC] e Organização Mundial de Saúde [OMS]

 

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