A interpretação remota: entusiasmo e preocupações da União Europeia

AP | PORTUGAL

Os últimos anos, especialmente desde 2016, têm sido palco de diversas alterações no universo da interpretação, sendo notória a ascensão da interpretação remota. 

Talvez seja este o tempo de olhar para a interpretação remota como um dos maiores avanços tecnológicos no universo da tradução desde o surgimento do equipamento de interpretação simultânea.

Não iremos aqui ao limite de arriscar que estamos a enfrentar a substituição da tradicional interpretação realizada localmente, mas perante esta nova ferramenta colocada à disposição de empresas de tradução e de clientes de serviços linguísticos, não há dúvidas: há agora obstáculos, como o tempo, a distância ou até mesmo a questão financeira, que podem ser mais facilmente ultrapassados.

Ir além da presença física do intérprete de conferência

Vem tudo isto a propósito de um artigo publicado recentemente na Slator e que se refere ao crescente interesse que a União Europeia tem vindo a demonstrar pela interpretação remota. Recorde-se que a UE será, no contexto mundial, a entidade que mais serviços linguísticos requisita, daí a importância das revelações que constam no artigo referido.

“No mundo da interpretação simultânea, a presença física do intérprete no local tem sido, até muito recentemente, um pré-requisito. Nos últimos três anos, porém, a ascensão da interpretação simultânea remota começou a desafiar este modus operandi de décadas”, pode ler-se desde logo na introdução que nos conduz aos factos que confirmam o interesse da União Europeia por esta nova realidade da interpretação remota.

 

 

Documentação ISO e interpretação remota

Um primeiro e óbvio sinal da importância atribuída pelos legisladores europeus, como refere a Slator, está expresso na constituição de um grupo de trabalho - ainda em 2018 - com vista ao desenvolvimento de um documento ISO dedicado especificamente às plataformas de interpretação remota.

Há uma série de preocupações que resultam do facto da interpretação simultânea não ser realizada localmente, desde a qualidade da transmissão - tanto para ouvintes como para intérpretes - até à própria segurança da transmissão.

A este propósito a Direção Geral de Interpretação da Comissão Europeia identificou uma série de elementos que, no seu ponto vista, deverão de ser incluídos na eventual futura documentação ISO, tais como as características básicas a apresentar aos intérpretes e as imagens a disponibilizar. Considerações de segurança e proteção de dados também são vistas como "fundamentais" e precisam ser "investigadas mais a fundo".

"Os testes mostraram que, em princípio, as plataformas de interpretação podem ser utilizadas para prestar serviços de interpretação" - Comissão Europeia Direcção-Geral da Interpretação

Tudo isto faz parte de um conjunto de conclusões dos testes em plataformas de interpretação levados a cabo pelo grupo de trabalho e que envolveu quatro plataformas de interpretação remota: Interactio (Lituânia), Interprefy (Suíça), Kudo (EUA) e VoiceBoxer (Dinamarca).

 

As dúvidas sobre a interpretação remota

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Não que estejamos a enfrentar o momento da substituição da tradicional interpretação realizada localmente, mas há um lado prático da interpretação remota que a torna numa opção com crescente procura mesmo perante grandes conferências. Em cenários nos quais não é possível recorrer a cabines de interpretação ou intérpretes no local, o modo remoto traz consigo várias possibilidades que permitem aos delegados ouvirem a interpretação que é realizada à distância utilizando computadores portáteis, smartphones, tablets e, claro, os auscultadores tradicionais de radiofrequência. Por vezes, apenas é necessário uma rede wifi estável.

 


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Um receio continua, todavia, a marcar a interpretação remota e foi já referida pelo grupo de trabalho reunido pela União Europeia: a questão da segurança das transmissões, o que obrigará as plataformas a serem totalmente exigentes ao nível das melhores práticas de segurança em rede, desde a encriptação, passando pelo facto do software estar instalado em vários continentes e pela garantia dada de que não é realizada e/ou arquivada qualquer gravação.

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